A transformação digital e as mudanças regulatórias no setor elétrico brasileiro estão abrindo caminho para um mercado mais competitivo, transparente e orientado ao consumidor. Dois conceitos centrais dessa evolução são o mercado livre de energia e o Open Energy. Entenda como eles funcionam, quais oportunidades criam e os desafios a serem superados.
O que é o mercado livre de energia
No mercado livre, consumidores podem escolher seus fornecedores de energia elétrica e negociar preços, volumes, prazos e condições contratuais diretamente com geradores ou comercializadoras. Diferente do mercado regulado, onde a distribuidora compra energia em leilões e repassa aos consumidores, o mercado livre promove concorrência e customização.
A abertura do mercado ocorre gradualmente: consumidores ligados em alta tensão já podem migrar livremente, empresas de média e baixa tensão (exceto residenciais) poderão migrar em 2026 e a abertura total está prevista para 2028. Essa transição é regulada pela Portaria nº 690/2022 do Ministério de Minas e Energia.
Open Energy: compartilhamento de dados no setor elétrico
Inspirado no open banking, o Open Energy é uma iniciativa para padronizar o compartilhamento de dados de consumo e faturamento entre agentes do setor elétrico. Ao permitir que consumidores autorizem o acesso aos seus dados a novos fornecedores, o Open Energy busca:
- Transparência e portabilidade: facilitar a migração entre comercializadoras e geradoras, de forma semelhante à portabilidade de telefonia;
- Produtos personalizados: fomentar o desenvolvimento de tarifas e serviços adaptados ao perfil de consumo de cada cliente;
- Eficiência e inovação: incentivar startups e empresas de tecnologia a criar soluções de gestão energética, medição remota e billing mais preciso.
Oportunidades
- Para consumidores: maior poder de barganha e possibilidade de contratar energia 100 % renovável, com preços previsíveis e contratos flexíveis. Empresas podem combinar a compra no mercado livre com assinaturas de energia solar para cobrir parte do consumo.
- Para investidores: surgem oportunidades em geração renovável, comercialização e serviços de dados energéticos. A demanda por projetos solares em larga escala aumenta para atender contratos corporativos.
- Para fornecedores: as comercializadoras e geradoras podem criar ofertas segmentadas, como tarifas horárias, pacotes com energia sustentável e serviços de eficiência energética integrados.
Desafios e pontos de atenção
- Complexidade regulatória: o ambiente de contratação livre exige compreensão das regras de comercialização, garantias financeiras e gestão de riscos de preços.
- Segurança e privacidade de dados: o Open Energy depende de infraestrutura tecnológica robusta e normas claras de proteção de dados dos consumidores.
- Capacitação de consumidores: pequenas e médias empresas precisam de apoio para avaliar propostas, comparar contratos e entender a volatilidade de preços.
- Integração de sistemas: distribuidoras, comercializadoras e plataformas digitais terão de integrar bases de dados e sistemas de faturamento para viabilizar a portabilidade.
Conclusão
O mercado livre e o Open Energy prometem transformar a relação dos consumidores com a eletricidade, possibilitando escolhas mais informadas e soluções sob medida. Para aproveitar as oportunidades, será necessário acompanhar a agenda regulatória, investir em sistemas de gestão de energia e desenvolver competências para negociar contratos. Empresas de energia solar e investidores devem se preparar para um cenário mais competitivo, no qual a transparência de dados e a inovação serão diferenciais decisivos.
Se você deseja se preparar para essa nova realidade e explorar oportunidades com energia renovável, clique no botão abaixo “quero economizar” e conheça nossas soluções de energia solar compartilhada e energia por assinatura.
