A transição para a energia solar oferece diversas configurações de sistemas, dependendo das necessidades do consumidor e das normas vigentes. Uma opção que ganhou destaque recentemente é o sistema Zero Grid (ou grid zero). Veja o que caracteriza esse modelo e em quais situações ele é indicado.
O que é o sistema Zero Grid
O sistema Zero Grid é projetado para que toda a energia gerada seja consumida instantaneamente no local, sem injetar excedentes na rede elétrica da distribuidora. Seu principal componente é o inversor Zero Grid, que monitora o consumo em tempo real e ajusta a produção dos painéis para evitar o retorno de energia à rede.
A legislação brasileira exige que mesmo sistemas que não exportam energia sejam homologados pela distribuidora. Assim como os sistemas de micro e minigeração distribuída, o Zero Grid está sujeito às regras da Lei 14 300/2022 e da Resolução Normativa 1 000/2021.
Como funciona na prática
- Monitoramento contínuo: sensores medem o consumo instantâneo da instalação. O inversor regula a potência dos painéis solares para equalizar geração e consumo.
- Gerenciamento de excedentes: se a produção for maior que o consumo, o excedente pode ser direcionado para baterias, aquecimento de água ou carregamento de veículos elétricos.
- Autonomia maior: ao consumir toda a energia produzida, o usuário reduz a dependência da rede e evita as tarifas de uso, ao mesmo tempo em que não recebe créditos de compensação.
Diferenças entre Zero Grid, On Grid e Off Grid
- On Grid: sistema conectado à rede que injeta excedentes e recebe créditos de energia. É o modelo mais comum em residências e comércios.
- Off Grid: sistema independente da rede, utiliza baterias para armazenar toda a energia gerada. É mais caro por exigir banco de baterias dimensionado para suprir a carga em dias nublados.
- Zero Grid: híbrido entre os dois. Continua conectado à rede para receber energia quando necessário, mas não exporta excedentes. Pode ter baterias opcionais para armazenamento temporário.
Quando utilizar o sistema Zero Grid
- Restrições técnicas ou contratuais: algumas instalações têm limitação de injeção na rede, seja por determinação da concessionária ou de contratos de locação.
- Redução de encargos: ao não injetar energia, o usuário deixa de pagar tarifas de uso da rede sobre a energia compensada, embora precise de homologação.
- Usos específicos: instalações que consomem energia majoritariamente durante o dia (por exemplo, indústrias ou fazendas) podem se beneficiar do Zero Grid, consumindo a produção instantânea sem acumular créditos.
Vantagens e pontos de atenção
Vantagens
- maior autonomia em relação à distribuidora;
- possibilidade de adequar a geração à demanda real;
- redução de conflitos com normas técnicas sobre injeção de energia.
Pontos de atenção
- exige homologação e estudo de viabilidade;
- pode ser necessário instalar baterias ou sistemas de redirecionamento para evitar desperdício em momentos de baixa demanda;
- não aproveita os créditos de compensação da rede, o que pode tornar o retorno financeiro menor do que em sistemas on grid.
Conclusão
O sistema Zero Grid é uma alternativa interessante para usuários que desejam aproveitar a energia solar sem exportar excedentes para a rede. Ele oferece mais controle sobre a geração e o consumo, atendendo a casos específicos nos quais a injeção não é permitida ou não é vantajosa. Antes de optar pelo Zero Grid, recomenda‑se consultar um engenheiro solar para avaliar a carga elétrica, as restrições da distribuidora e a viabilidade econômica em comparação com os sistemas on grid e off grid.
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